27 de dezembro de 2010
12 de julho de 2010
Arte Clássica e a Genitália PP
- Os gregos tinham, de fato, uma involução fálica.
- Os gregos preferiam coisas em tamanhos que não os machucassem. E tinham vergonhinha~
- Em contraposição à hipótese 1: os gregos eram modestos e não queriam ofuscar seus vizinhos europeus.
- Gregos consideravam coisas pequenas mais humanas, e maiores mais monstruosas.
- Nanomáquinas.
17 de junho de 2010
Schemata de matar e a fodelança grega
[...] a juventude de um Estado deveria praticar apenas aquelas canções e poses consideradas boas: essas eram prescritas minuciosamente, e as prescrições eram afixadas nos templos. Fora dessa lista oficial era, e ainda é, proibido a artistas e pintores e a todos os outros que produzem poses e representações a introduzir nelas qualquer inovação ou invenção, seja nas ditas produções, seja em qualquer ramo da música, que extrapole as fórmulas tradicionais. E no Egito encontramos coisas pintadas há dez mil anos (e não digo levianamente, mas literalmente: há dez mil anos) que não são em nada melhores nem piores que qualquer obra dos nossos dias, mas elaboradas com a mesma arte... (PLATÃO apud GOMBRICH, Arte e ilusão, p.105-106)
Sim, pessoal. É isso mesmo, se vocês chegaram à mesma conclusão do tio Gombrich. Foram os gregos que inventaram a arte como a conhecemos hoje. Aquelas monas que andavam de toga e corriam peladas. E acabou que todo o pensamento ocidental é baseado nelas.
15 de junho de 2010
Da Vinci e a Maldição de Começar Demais
Ah, os anos 90...
Às vezes eu sinto como se falar de Da Vinci fosse errado. A maior parte das pessoas te olha com aquela cara de quem assistiu/leu O Código Da Vinci e sabe tudo sobre leitura de imagens e obras, então não há mais nada a ser dito. Todo mundo está de saco cheio de saber que ele era um gênio. Todo mundo está entediado com aquelas informações de que ele era arquiteto, engenheiro hidráulico, pintor, escultor, carteiro, coreógrafo, engenheiro bélico, stripper e diarista nas horas vagas. E quem aqui nunca viu a teoria de que ele era gay (ok, as evidências apontam para bissexualidade...)?! É, o Leo é muito pop.
E eu vou falar dele mesmo assim.
Esse cidadão nasceu em Abril de 1452, a Europa estava saindo da Guerra-Que-Não-Durou-Necessariamente-Cem-Anos, época de disputas pelo poder territorial, intelectual e cultural. Ainda por cima ele era filho bastardo, o que na época era comum e muitas vezes interessante para o bastardo. No caso do nosso Leonardo bastardo, mais ainda. Significava que ele poderia ter todo o $apoio$ de seu pai para ser pupilo de um dos mais foderosos escultores da época e não possuía obrigação nenhuma de tocar os negócios da família para frente. Era algo do tipo “Vamos ver se o moleque dá um bom artista.”
Isso foi na época dos mecenas, caras que pagavam pra você ser artista. Apesar dessa história parecer boa demais pra ser verdade vamos lembrar que naquela época já estava muito enraizada a idéia de que alto capital cultural significava entre outras coisas soberania estatal.
De qualquer maneira Leonardo era um cara no mínimo curioso. Não bebia muito, vegetariano, acordava cedo (por seu despertador caseiro movido a água...-WHITING, R. The Art of Leonardo Da Vinci. 2005 <3 ) ... já deve ter um monte de gente pensando “Era viado mesmo...”
Evitava discussões religiosas e políticas por conta da realidade da época ( e porque ele não era nem um pouco burro), não sabia latim pois não teve estudo formal (seus estudos eram feitos a partir de traduções das obras mais importantes), a maior parte de sua educação foi através do fazer pra aprender e não do ler pra saber como faz, ah e ele dissecava corpos à noite em busca de conhecimento sobre .. tudo.
Leonardo não se restringia a apenas um projeto se nesse meio tempo surgisse algo que atiçasse sua curiosidade. Como isso acontecia com uma certa frequência, considerando que o Sr. Da Vinci tinha uma mente inquieta cujo objetivo primevo era descobrir sempre mais acerca do “significado da vida”, ele começou a perceber que poderia combinar interesses de diversos tipos de conhecimento dentro de uma única proposta. Havia criado a noção de que a arte e a ciência eram como café sem açúcar ou arroz sem sal. Você consegue tomar/comer mas sabe que está faltando alguma coisa.
O problema é que já havia sido criada a noção de designer: um projeto, um preço, um prazo ou você está fora. Leo era organizado com suas finanças e seus estudos interdisciplinares, mas definitivamente tinha um problema com prazos, fazendo com que seus serviços acabassem sempre rondando patronos que fossem simpáticos a ele. Acabava dependendo da boa vontade de algum amigo rico.
É quase uma paródia de nós mesmos. Quantos desenhistas/artistas/escritores começam tanta coisa e param na metade quando veem mais um coelho branco escorregando árvore abaixo... Dá pra ficar maluco só de pensar em como nossa mente consegue ser insatisfeita algumas vezes. Óbvio, nem todos são assim, mas isso é visto muitas vezes como algo ruim, é angustiante pra quem sente e irritante pra quem vê.
Leonardo a partir da tarefa de cortar um pão em fatias. (Led's Picaretagem, 2010)
É como ir no shopping com a sua mãe sabendo que você precisa comprar apenas um par de sapatos, mas que ela vai acabar achando 3 bolsas, 8 camisetas e 15 calças pra você experimentar...
Só pra concluir dando uma ênfase no lado ineparável da criatura (ouch), muitas das (possíveis) 10.000 páginas de desenhos, projetos e anotações dele mostram pequenas notas esparsas de perguntas e especulações sem resposta, ou sentenças um tanto tendenciosas como “Faça seu trabalho ser tal que após a morte você se torne uma imagem da imortalidade.”
Ele podia não ser um bom designer, mas conseguiu fazer barulho por muito tempo. Como nesse post, de novo.
PS: Eu sei que prometi uma postagem sobre Bosch <3, mas enquanto eu divagava acabei escrevendo sobre Leonardo, acontece nas melhores famílias .-.